História
Juscelino Kubitschek era prefeito de Belo Horizonte quando em meados de 1940 teve a bem sucedida ideia de construir um inovador conjunto arquitetônico e paisagístico no entorno da lagoa da Pampulha. O objetivo era dar à cidade uma vasta área de lazer e assim perpetuar seu nome na história da capital mineira. Ali a beleza seria espelhada por águas, à época claras e limpas.
Ainda em 1940, Kubitschek conheceu o arquiteto Oscar Niemeyer, que mais tarde se tornaria um dos grandes personagens da arquitetura moderna. A ele encomendou o projeto arquitetônico que foi inaugurado em 16 de maio de 1943. A obra previa cinco edificações: um cassino, um clube de elite, um salão de danças populares, uma Igreja e um hotel, sendo que o último não foi construído.
Igrejinha da Pampulha / Foto: Ricardo Avelar
Para a inauguração de sua idealização, Kubitschek convidou o presidente à época, Getúlio Vargas, que às 15h30 do dia 16 de maio cortou a fita simbólica para abrir a tráfego da Avenida Pampulha, hoje Antônio Carlos. Junto do prefeito e do então governador Benedito Valadares, o presidente Vargas seguiu em cortejo pela avenida até a Pampulha. Chegando à lagoa, cerca de 20 mil pessoas o aguardavam na orla e em resposta ao público presente, Getúlio passeou pela represa em uma lancha pilotada pelo próprio JK.
Estava inaugurado o conjunto classificado como “o mais incisivo do realismo brasileiro” pelo arquiteto e paisagista Ricardo Lana.
70 anos e os dias de hoje
Neste maio de 2013, o conjunto arquitetônico e paisagístico da Pampulha, que já foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), completa 70 anos de história. Porém, o que JK não previa é que sua grandiosa obra pudesse sofrer um dia com o abandono e o descaso. Parte do complexo sofreu grandes desgastes ao longo do tempo e só depois de muita cobrança foram restaurados. São eles a Igreja de São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha), o Museu de Arte (antigo Cassino) da Pampulha, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube.
No complexo paisagístico, os cinco jardins do paisagista Burle Marx estão sendo revitalizados atualmente e ainda há muito o que fazer. Um dos problemas mais ressaltados é a poluição da represa, que compõe a paisagem do complexo. Reportagens publicadas em 2013 afirmaram que a lagoa nunca esteve tão suja.
Casa do Baile / Foto: Ricardo Avelar
Atualmente, o complexo da Pampulha inclui ainda o Mineirão, o Mineirinho, o Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego, o Jardim Zoológico e outras edificações e tudo isso precisa estar nas mais perfeitas condições para que possa receber o título de Patrimônio da Humanidade, requerido em 1996, a Organização das Nações Unidas.