Logo que conheci Dona Olinda, ex-moradora do Jardim Montanhês, percebi que uma senhora como ela teria histórias e causos para contar. Percebe-se, pelo seu vigor físico, que Dona Olinda se impõe sobre sua idade, que logo mais tarde descobrimos que era de 82 anos, fato que me deixou ainda mais impressionado, devido ao vigor e à boa memória.
A recepção foi calorosa. Logo que entramos, fomos recebidos com um gentil abraço. No início da entrevista, Dona Olinda demonstrou conhecimento sobre o Museu Virtual, nos fazendo perguntas sobre o acesso à entrevista posteriormente.
Dona Olinda falou com riqueza de detalhes sobre sua vida pessoal e profissional. Ao falar de momentos difíceis pelos quais passou com uma de suas filhas, falecida, Dona Olinda mudou completamente o semblante e até o tom de voz. Percebe-se que a memória de sua filha ainda a entristece muito, pois ela morreu muito nova. Dona Olinda mostrou interesse em relatar sua infância, mas ao falar de sua mudança do bairro, ela demonstrou insatisfação, pois o carinho que adquiriu ao longo de sua estada no bairro demonstra sua felicidade em ter morado lá.
A presença de uma irmã mais velha de Dona Olinda, Dona Ruth, moradora do bairro Jardim Montanhês, enriqueceu nossa entrevista. Ela, várias vezes, auxiliou Dona Olinda a se lembrar de fatos marcantes. Ao falar de sua adolescência e de fatos que ocorreram nesse período, as irmãs tornaram a entrevista recheada de risos e histórias pitorescas. Dona Olinda confessou ter sido uma adolescente "da pá virada". Dessa forma, a entrevista teve vários momentos diferentes de oscilação de sentimentos e emoções e histórias das mais variadas.
Frederico Fernandes Vieira, 15/05/2005