A entrevista foi realizada na rua Bom Retiro, 210, no bairro Jardim Montanhês, na residência e local de trabalho do entrevistado. A rua é sem saída e termina no muro do Aeroporto Carlos Prates. O local é de fácil acesso, existindo ponto de ônibus bem próximo, vindo direto do centro.
Do local dá para ver a Avenida Pedro II. A casa tem uma varandinha com vários vasos de flores, naturais e artificiais, e nota-se o gosto por quadro e telas, tendo uma pintura já na entrada e mais algumas na pequena sala, de móveis simples. Existe também na parede, bem em frente à porta de entrada, uma fotografia antiga de um casal, em moldura de madeira trabalhada, que são os pais de José Carlos, de quem ele se emociona e até muda o tom de voz em partes da entrevista quando fala deles.
O entrevistado não aparenta ter 60 anos, é negro e nos recebeu muito bem vestido. A primeira coisa que reparei quando cheguei ao local é que os portões ficam constantemente abertos e os funcionários de sua oficina de marcenaria traballham em parte do quintal da própria casa, aos fundos existem mais barracões. O entrevistado mostrou-nos o interior da oficina e alguns de seus trabalhos de pátina branca em móveis antes escuros. Ele valorizou bastante o seu trabalho e demonstrou ter orgulho de ser lustrador e acabador de móveis.
José Carlos mora com uma irmã que não chegamos a conhecer. Durante a entrevista ele se disponibilizou a responder sobre todos os temas perguntados e me pareceu ser um senhor bem vivo e atento. Antes mesmo de começarmos a gravar a entrevista fez comentários sobre a aceitação do trabalho do Museu Virtual, que ele considera muito importante. Ao término da entrevista fez um café e serviu biscoitos, prontificando-se a procurar fotos e emprestá-las ao Escritório de Histórias. Ele indicou também amigos com quem poderíamos conversar.
Luciana Priscila, 10/05/2005