Pela primeira vez, estive no bairro Jardim Montanhês. A princípio, pareceu-me um bairro invadido por empresas e por avenidas anteriormente inexistentes. O bairro tenta conservar os ares antigos dos tempos de seu surgimento, mas parece que a conservação é apenas uma tentativa inalcançável, uma vez que o movimento de pessoas e carros na Avenida Pedro II dificulta esse ato. As casas parecem que foram, de certa forma, recolocadas para dar espaço para outros equipamentos de urbanização, como ruas e avenidas.
Ao entrar na casa do Sr. Carlos, tive a mesma impressão que tive ao entrar no bairro: uma casa que parece ter sido apertada pela avenida paralela. O Sr. Carlos demonstrou conhecimento sobre o projeto e curiosidade sobre o andamento da entrevista com sua mãe, Dona Olinda. Durante a nossa conversa, ele demonstrou um aspecto já observado durante a entrevista com sua mãe. A cultura do trabalho doméstico e da responsabilidade sobre o cuidado com a família é um aspecto que foi passado de mãe pra filho. Durante a entrevista, Sr. Carlos demonstrou saudades de seu tempo de jogador e satisfação em apresentar sua história no futebol de Belo Horizonte, bem como alegria e espanto por ser reconhecido no bairro como um bom jogador. Ele contou, com alegria, seus momentos no futebol, suas conquistas e histórias.
Frederico Fernandes Vieira, 01/06/2005