Brasília: cidade cinematográfica
As primeiras imagens em movimento registradas de Brasília foram feitas durante sua construção. Jean Mazon, Carlos Niemeyer, Hebert Richers, Isaac Rosemberg, José Silva e Sávio Silva entre outros, puderam acompanhar através das lentes de suas câmeras o desenvolvimento da capital federal, que, em ritmo acelerado, sob o suor de trabalhadores, ganhou forma futurista que, dentre suas muitas edificações, contava com a sala de cinema: “Cine Brasília”.
Cena a cena, a história da cidade que “nasceu filmada” se revela intimamente vinculada ao cinema. Em 1963, foi criado o curso de Cinema na Universidade de Brasília. Dois anos depois, foi realizada a I Semana do Cinema Brasileiro, que, em 1967 se tornou o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o mais importante evento do gênero no país. Muitas produções cinematográficas também tomam a cidade como protagonista, por exemplo: “Brasília Contradições de uma Cidade Nova” (1967), filme de Joaquim Pedro, que destaca a incoerência entre o projeto arquitetônico da capital federal, sustentado na proposta de igualdade, e a realidade prática da cidade. Nesse sentido, desde a época da construção de seus primeiros edifícios aos dias atuais, Brasília se reveza nos papeis de personagem principal e de cenário de diversas produções audiovisuais, como “Redentor” (2004) e “Insolação” (2009), filmes nos quais a cidade se torna palco para o desenrolar de outras histórias.
De acordo com informações do Ministério do Turismo (MTur), o Distrito Federal já foi considerado o terceiro estado do país com a maior produção audiovisual. A cidade é a que possui o maior número de salas e frequência ao cinema por habitante no país. Esse e outros vínculos entre Brasília e a sétima arte concederam à capital federal o título de “Cidade Referência do Turismo Cinematográfico”, do programa Destino Referência em Segmentos Turísticos do Ministério do Turismo, que integra o Plano Nacional do Turismo 2007-2010.